sexta-feira, 21 de outubro de 2011

VISÃO DE ADULTO... VISÃO DE CRIANÇA....

Éramos a única família no restaurante com uma criança.

Eu coloquei Daniel numa cadeira para crianças e notei que todos estavam tranqüilos,  comendo e conversando.


De repente, Daniel gritou animado, dizendo: 'Olá, amigo!', batendo na mesa com suas mãozinhas gordas.


Seus olhos estavam bem abertos pela admiração e sua boca  mostrava a falta de dentes.


Com muita satisfação, ele ria, se retorcendo.
Eu olhei em Volta e vi a razão de seu contentamento.

Era um homem andrajoso, com um casaco jogado nos ombros,
sujo, engordurado e rasgado.

Suas calças eram trapos com as costuras abertas até a metade, e seus dedos apareciam através do que foram, um dia, os sapatos.


Sua camisa estava suja e seu cabelo não havia sido penteado por muito tempo.
Seu nariz tinha tantas veias que parecia um mapa.

Estávamos um pouco longe dele para sentir seu cheiro, mas asseguro que cheirava mal.
Suas mãos começaram a se mexer para saudar.

'Olá, neném. Como está você?', disse o homem a Daniel.


Minha esposa e eu nos olhamos:


'Que faremos?'.


Daniel continuou rindo e respondeu, 'Olá, olá,amigo'.


Todos no restaurante nos olharam e logo se viraram para o mendigo.


O velho sujo estava incomodando nosso lindo filho.


Trouxeram a comida e o homem começou a falar com o nosso filho como um bebê.


Ninguém acreditava que o que o homem estava fazendo era simpático.


Minha esposa e eu estávamos envergonhados.

Comemos em silêncio; menos Daniel que estava super inquieto e mostrando todo o seu repertório ao desconhecido, a quem conquistava com suas criancices.


Finalmente, terminamos de comer e nos dirigimos à porta.


Minha esposa foi pagar a conta e eu lhe disse que nos encontraríamos  no

Estacionamento.

O velho se encontrava muito perto da porta de saída.


'Deus meu, ajuda-me a sair daqui antes que este louco fale com Daniel', disse orando, enquanto caminhava perto do homem.


Estufei um pouco o peito, tratando de sair sem respirar nem um pouco do AR que ele pudesse estar exalando.


Enquanto eu fazia isto, Daniel se voltou rapidamente na direção onde estava o velho e estendeu seus braços na posição de 'carrega-me'.


Antes que eu pudesse impedir, Daniel se jogou dos meus braços para os braços do homem.


Rapidamente, o velho fedorento e o menino consumaram sua relação de amor.


Daniel, num ato de total confiança, amor e submissão, recostou sua cabeça no ombro do desconhecido.


O homem fechou os olhos e pude ver lágrimas correndo por sua face.


Suas velhas e maltratadas mãos, cheias de cicatrizes, dor e trabalho duro, suave, muito suavemente, acariciavam as costas de Daniel.


Nunca dois seres havia se amado tão profundamente em tão pouco tempo.


Eu me detive aterrado. O velho homem, com Daniel em seus braços, por um momento abriu seus olhos e olhando diretamente nos meus, me disse com voz forte e segura:


'Cuide deste menino'.


De alguma maneira, com um imenso nó na garganta, eu respondi: 'Assim o farei'.


Ele afastou Daniel de seu peito, lentamente, como se sentisse uma dor.


Peguei meu filho e o velho homem me disse:


'Deus o abençoe, senhor. Você me deu um presente maravilhoso'.


Não pude dizer mais que um entrecortado 'obrigado'.


Com Daniel nos meus braços, caminhei rapidamente até o carro.

Minha esposa perguntava por que eu estava chorando e segurando Daniel tão fortemente, e por que estava dizendo:

'Deus meu, Deus meu, me perdoe'.


Eu acabava de presenciar o amor de Cristo através da inocência de um pequeno menino que não viu pecado, que não fez nenhum

juízo; um menino que viu uma alma e uns adultos que viram um montão de
Roupa suja.

Eu fui um cristão cego  carregando  um menino que não o era.


Eu senti que Deus estava me perguntando:


'Estás disposto a dividir seu filho por um momento?', quando Ele

Compartilhou Seu Filho por toda a eternidade.

O velho andrajoso, inconscientemente, me recordou:


Eu asseguro que aquele que não aceite o reino de Deus como um

Menino, não entrará nele.' (Lucas 18:17). 



Autor Desconhecido

 * Foto do menino Davi, filho de um homem perseverante e corajoso chamado Marcelo Milosk.
Nossos agradecimentos, por nos emprestar foto de um bebê tão lindo.

4 comentários:

  1. Esta história nos mostra realmente como a gente se engana por causa das aparencias...todos somos filhos do mesmo Deus, logo todos merecemos carinho e amizade. Esse menino ensinou ao pai o que é ser verdadeiramente cristão, uma lição de vida para todos nós.
    Abraços fraternos

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  2. Já presenciei cenas como esta várias vezes, inclusive já protagonizei algo parecido.

    Graças ao bom Deus que não fiquei incomodado com a situação. Apesar disso, fico me indagando: Até quando nós (me incluo tb) estaremos vinculados à aparência, enquanto que o que prevalece é a essência?

    Marcelo
    Uberaba-MG

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  3. CHOREI AO LER ESTE TEXTO.
    SENTI TANTO AMOR,POIS O AMOR FICOU IMPREGNADO
    NESTE TEXTO,E É MUITO FÁCIL SENTIR ESTE AMOR.
    EU SENTI-O.
    RELEMBREI UM DOS MAIORES ENSINAMENTOS DE JESUS: " AMA O PRÓXIMO COMO A TI MESMO ".
    SEM DÚVIDA ALGUMA! O CAMINHO É,E SEMPRE FOI
    E SERÁ O AMOR.
    ABRAÇO AMOROSO PARA TODOS.

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  4. Amigos,

    infelizmente, com o passar do tempo,
    perdemos a ternura dos primeiros anos e
    deixamos que a vida nos envolva dos problemas
    e medos, da vida adulta.

    Graças a Deus, temos estes ensinamentos de
    amor para que possamos continuar a vida.

    Emanemos amor e tenhamos respeito por todos
    o que passam pelas nossas vidas,
    pois, aquele espírito, dentro daquele
    corpo que, temos receio,
    pode morar um grande amigo, um irmão
    ou um filho...

    Abraços Fraternos.

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