Lembramo-nos de ter ouvido, há muitos anos, um Pastor falar
numa Rádio sobre o Deus do PÃO VELHO – dizia ele que as crianças pedem pão
velho, e quando ganham, dizem: Deus lhe pague. (será que Deus fica satisfeito
quando damos pão velho para matar a fome de uma criança?). Essas reflexões
voltaram à nossa mente ao lermos uma mensagem de uma assistente social, Ana
Luiza, que foi interpelada por um garotinho de uns 9 anos, que disse:
– Dona, tem pão velho? - Ela disse que aquela interpelação
soou para ela como se o menino dissesse: – me dá o pão que era meu e ficou na
sua casa!
Ela começou a conversar com o menino, perguntando onde
morava? Se estava na escola? Ele morava muito longe dali e não estava na
escola.
– Seu pai mora com vocês?
– Não. Ele sumiu. – foi à resposta.
Continuaram conversando. Ela absorveu, naquela conversa,
toda a solidão, do menino, ainda tão pequeno, e já sem sonhos, sem brinquedos,
sem comida, sem escola, sem pai. Ela disse para o garoto:
– Vou buscar o pão. Serve pão novo?
– Não precisa não, a Senhora já conversou comigo.
Três coisas nos chama a atenção nessa narrativa. “Me dá o
pão que era meu e ficou na sua casa”! “ A solidão da criança” e “não precisa me
dar o pão, a senhora já conversou comigo”. Lamentavelmente a maioria das
pessoas andam muito ocupadas ou muito desconfiadas para conversar com um menino
ou um velho. A maioria não percebe que está retendo em sua casa o pão do
necessitado.
Pois é, a paz é feita de coisas simples como esse texto.
Vamos dar o pão novo, e o amor ao próximo, tão velho, que já
tem dois mil anos. Vamos construir a paz.
*Verifique quantas pessoas talvez estejam esperando uma só
palavra sua...
(Amílcar Del Chiaro Filho)